:: Simone Arrojo ::
Muitas vezes, dedicamos 100% de nossas vidas em prol de outra pessoa achando que estamos fazendo o bem ajudando um outro ser humano e não percebemos que essa ajuda, pode ser sim, nada mais, do que uma fuga em exercer responsabilidade sobre nossas próprias vidas. É mais fácil cuidar e ajudar o outro do que nos ajudar. Entenda que a ajuda, a qual me refiro, não é uma ajuda saudável de troca, é ajuda dedicada, doentia, mórbida, castradora onde, um ajuda e o outro suga. È o famoso dar o peixe sem ensinar a pescar.
Mas por que nos envolvemos em situações assim? Por que temos sempre em volta situações de dependência tão grande, que parece fazer com que a nossa vida não seja somente nossa?
A metafísica estuda a realidade além dela própria, o que está por trás das intenções e dos acontecimentos que, aparentemente, aparecem como situações repetitivas, crônicas e difíceis de entender.
Co-dependente não é só aquele que se sente dependente, é também aquele que coloca o outro como dependente. A vida de um co-dependente gira em torno do outro. É um ciclo tão complexo que, falando em linguagem popular, une o útil ao agradável. A co-dependência existe entre a vítima e o carrasco, a vítima e o salvador.
O co-dependente é aquele que coloca toda culpa de sua vida no outro a quem ele ajuda. Citarei algumas situações cotidianas que mostram a realidade superficial e a realidade metafísica.
SITUAÇÃO 1:
Realidade Superficial: Mulheres que não se realizam profissionalmente porque acham que são mães e assumem essa condição de tal forma, que não fazem sobrar tempo para serem: mulheres, profissionais, esportistas, cantoras, etc..
Realidade Metafísica: Essas mulheres, muitas vezes, não crêem no seu potencial profissional, sentem-se culpadas quando fazem algo que lhes dá prazer e acabam mascarando diversos medos, colocando-se em situações de co-dependência.
SITUAÇÃO 2:
Realidade Superficial: Filhos que não se casam ou não saem de casa, pois têm o pai ou mãe doentes para cuidar.
Realidade Metafísica: Geralmente são pessoas que por algum motivo, não querem ter um relacionamento afetivo sério e arrumam "desculpas" para que isso não aconteça.
Nós criamos a realidade na nossa vida de acordo com as nossas crenças, medos e motivações.
Esses são apenas alguns exemplos de situações em que nos colocamos como vítimas e co-dependentes, mas que na realidade estamos simplesmente fugindo da nossa própria vontade e do nosso compromisso em sermos felizes, em nos sentirmos realizados.
As pessoas que estão em situação de co-dependência fogem da liberdade, do livre arbítrio de serem pessoas felizes do jeito delas. Não assumem que são, muitas vezes, diferentes dos familiares ou não querem exercer ou ser o que os pais sonharam.
O universo ou a vida nos protege daquilo que tememos e nos coloca em situações para nos aliviar dos nossos medos. Se você tem medo de se relacionar sentimentalmente com alguém, com certeza, aparecerão sempre obstáculos para que isso não ocorra. Se uma pessoa não assume que não quer ter nenhum relacionamento sério com uma outra pessoa, ela acaba atraindo pessoas casadas ou que não possam assumir nenhum compromisso.
Portanto, a co-dependência deve ser analisada com muito carinho. Se nos sentimos presos à alguém e colocamos a nossa vida nas mãos dessa pessoa é um grande sinal de que estamos fugindo de nosso propósito de vida, de nossa alma e do nosso prazer maior em realizarmos coisas únicas mesmo que acompanhados.
O contrário do co-dependente não é o solitário; é o indivíduo vivendo e interagindo em parceria com outros. A dependência deteriora a alma, pois nega os seus valores. È preciso ter muita coragem para enxergar e assumir todos os valores intrínsecos de cada um de nós. Somo como o caroço de um abacateiro que tem todo potencial de virar arvore e dar muitos frutos, mas precisamos acreditar nisso e agir com muito amor em prol de nosso desenvolvimento.
Simone Arrojo é terapeuta floral,
estuda metafísica,
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