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Olá galera, faz um tempo que não escrevo, mas tive um bom motivo pra isso. Andei pensando bastante a respeito deste tema, quero expressar os pensamentos que tem rondado a minha mente nestes últimos dias.

Você deve estar pensando algo do tipo: “O que aconteceu com esse idiota pra ele ficar pensando nisso?”.

Aconteceu que eu levei o maior sermão da minha vida, da bruxa má, Sra. Minha Mãe, um sermão daqueles que intimidaria até o Capitão Nascimento. Não foi nada manjado como aquele “Eu te botei no mundo moleque”, que é facilmente rebatido com um “Eu não pedi pra nascer”, pelos mais saidinhos, ou um “Desculpa mamãe”, com os olhos cheio de lágrimas, pelos os mais conservadores. Nada disso, foram palavras que me fizeram pensar e perceber o ínfimo valor que dou aos meus pais.

E o que mais me preocupa é o fato de existirem pelo mundo milhões de jovens que, como eu, não dão a seus pais o valor que merecem, não ligam para o que eles falam e não fazem nada para demonstrar seu amor por eles, isso quando amam. Dizer que ama quando se é só da boca pra fora não tem valor, de que valem essas palavras quando não movemos uma palha para agradar nossos progenitores que provavelmente abriram, e ainda abrem, mão de tantas coisas para oferecer o melhor possível a nós, filhos.

Porque somos assim, porque não damos o devido valor aqueles que mais nos amam?

A resposta é simples, não os valorizamos por sabermos que apesar de tudo que fizermos, e por pior que os tratemos, eles continuarão nos amando. É o tal do amor incondicional, o mesmo que Deus tem por nós e que nós não entendemos, e nem vamos entender até chegar o dia em que nos tornaremos pais bobos como os nossos. O amor que um pai tem para um filho é incomparável e imensurável, este sentimento maravilhoso de “foi eu que fiz” nós não entendemos, mas chegamos perto de compreendê-lo quando damos vida a uma ideia nossa.

Quando será que entenderemos que não é justo maltratar alguém simplesmente pelo fato deste alguém nos amar incondicionalmente?!

Quando vamos aprender a amar de verdade nossos pais… Quando eles se forem?

Aí já vai ser tarde e só vai nos restar conviver com o sentimento de que poderíamos ter dado mais amor para eles, de que poderíamos tê-los feito mais orgulhosos e mais felizes.

Acho que não é exagero afirmar que quem já os perdeu sabe amá-los e admirá-los muito mais do que aqueles que os têm presentes todos os dias. Também posso dizer com certeza que aqueles abandonados e renegados por seus progenitores, dariam de tudo pra ter o “pai chato” ou a “mãe turrona” que temos.

Mas não adianta ficar aqui falando incansavelmente sobre a falta de amor e respeito dos filhos para com os pais, pois isso provavelmente não vai mudar a sua vida e sua forma de agir com eles. Porém provocar uma pequena mudança neste relacionamento já me deixaria feliz, por isso venho lhes pedir apenas as seguintes coisas:

1 – Olhe para as atitudes dos seus pais com carinho e veja que por trás de um repreensão sempre há um boa intenção;

2 – Não espere perdê-los pra amá-los;

3 – Honre a eles para que sua vida se prolongue, isso não sou eu quem diz, mas sim o maior Pai de todos;

4 – E lembre sempre que um dia, se Deus quiser, você terá seus rebentos e não gostaria nem um pouco de ser maltratado por aqueles que serão a razão da sua vida.

Com esses pedidos eu encerro este artigo, acreditando que pequenas coisas como textos, de um qualquer como eu, ainda podem causar transformação na vida das pessoas.

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade não há!”
(Renato Russo)

Câmbio, desligo. @RodrigoCotton
RODRIGO "COTTON"
Humorista frustrado, programador ousado. Direto e reto. Muitos me acham bobo, alguns me acham engraçado. Eu me acho foda. No Twitter:@RodrigoCotton.